A necessidade de praticar exercícios físicos é algo que está enraizado em nossa sociedade, seja para fins estéticos, saúde ou desempenho. Em especial, a corrida. Seja ela realizada na rua ou em esteira, é um dos mais populares exercícios físicos, podendo ser praticada facilmente por pessoas de todas as idades. Dentre seus muitos benefícios estão a melhora no sistema cardiovascular, resistência muscular e aeróbia, melhora da qualidade de vida e emagrecimento. Diversos são os fatores que devem ser analisados ao realizar uma corrida de forma adequada, como o local, calçado, tamanho da passada, duração, velocidade, distância, entre outros.
Contudo, muitas pessoas costumam praticar a corrida sem o mínimo de orientação, aumentando o risco de desenvolver alguma lesão. É comum as pessoas reclamarem de um incômodo na perna, como se ela estivesse queimando, ou levando agulhadas. Uma das principais causas disso é a canelite. Confira a seguir as principais características dessa lesão, assim como recomendações de tratamento e prevenção.
O que é a canelite?
A canelite, ou Síndrome do Estresse do Medial Tibial, é utilizada para diferentes lesões na região da tíbia, como a tendinopatia, periostite, remodelamento periostal e reação de estresse da tíbia, sendo caracterizada por uma dor na região próxima ao osso da tíbia (maior osso da perna), também apresentando uma ardência e sensação de que as pernas estão mais pesadas. Comum em pessoas que realizam corridas ou saltos, à medida em que o exercício físico é realizado, a dor tende a aumentar, sendo o descanso a única forma de cessar a dor a curto prazo.
Fatores associados
Vários podem ser os causadores da canelite, sendo os principais:
- Preparo físico inadequado;
- Aumento de volume desproporcional à aptidão física atual do indivíduo;
- Indivíduos que já tiveram lesões em membros inferiores;
- Sobrepeso/obesidade;
- Passadas muito longas e/ou calçados inadequados;
- Superfícies de corrida rígidas e/ou íngremes.
Como tratar?
Uma vez que surge a suspeita da canelite, é importante consultar um médio para ter conhecimento de qual o tipo e gravidade da lesão. Feito isso, o repouso adequado é crucial, havendo a necessidade de parar totalmente as atividades envolvendo membros inferiores por cerca de 2 a 6 semanas, dependendo da gravidade da lesão. Em casos menos graves, recomenda-se a diminuição do volume, frequência e intensidade das sessões, podendo ser finalizadas com compressas de bolsa de gelo por cerca de 15 a 20 minutos.
Além disso, é interessante a realização de sessões de alongamento e fortalecimento da musculatura da perna, em especial o Tibial Anterior, assim como uso de calçados adequados com o tipo de pisada do indivíduo. Outras opções de tratamento comuns são a acupuntura, quiropraxia, crochetagem e terapia a laser.
Como prevenir?
Embora existam opções de tratamento contra a canelite, a melhor escolha sempre é a prevenção. Dessa forma, recomenda-se que as pessoas sempre iniciem a sessão de treinamento realizando um aquecimento adequado, como caminhada e trote leve antes de iniciar um treino de corrida, ou realizar saltos de menor intensidade antes de exercícios físicos que envolvam saltos. Sessões extras envolvendo alongamento e fortalecimento da musculatura da perna também são indicadas. Em conjunto com essas práticas, é fundamental o uso de calçados adequados, realizando a troca periodicamente, a medida em que forem ficando gastos. Outra importante atitude é respeitar os próprios limites, não realizando treinamentos com nível de intensidade acima da aptidão física atual, além de manter uma frequência de treinamento adequada.
Referências
Carvalho, A. N., & Nero, D. Lesões em corredores de rua amadores: síndrome da tíbia medial - a canelite. In: Nero, D. (2019). Aptidão física e saúde: exercício físico, saúde e fatores associados a lesões. Volume 3. 10.31560/pimentacultural/2019.799.
Lima, E. F., & Mejia, D. P. M. Utilização da Crochetagem e da Quiropraxia como forma de Tratamento Fisioterapeutico em corredores de provas de rua portadores de Periostite ou Síndrome do estresse tibial medial (canelite).
Winkelmann, Z. K., Anderson, D., Games, K. E., & Eberman, L. E. (2016). Risk factors for medial tibial stress syndrome in active individuals: an evidence-based review. Journal of Athletic Training, 51(12), 1049-1052.
Reinking, M. F., Austin, T. M., Richter, R. R., & Krieger, M. M. (2017). Medial tibial stress syndrome in active individuals: a systematic review and meta-analysis of risk factors. Sports health, 9(3), 252-261.
Hamstra-Wright, K. L., Bliven, K. C. H., & Bay, C. (2015). Risk factors for medial tibial stress syndrome in physically active individuals such as runners and military personnel: a systematic review and meta-analysis. British journal of sports medicine, 49(6), 362-369.
Winters, M., Eskes, M., Weir, A., Moen, M. H., Backx, F. J., & Bakker, E. W. (2013). Treatment of medial tibial stress syndrome: a systematic review. Sports Medicine, 43(12), 1315-1333.
Olá
ResponderExcluirBom Diaa
Quando caminho pra lugares um pouco longe eu sinto dores em baixo do meu pé e na minha perna o que você recomenda tenho 32 anos e peso 52kg
Olá! Bom dia! Esses sintomas podem ter diferentes explicações, indo desde um preparo físico inadequado, até início de lesões. Por exemplo, esse incômodo no pé pode ser uma pequena inflamação em uma das estruturas do pé (a fáscia plantar), enquanto a dor na perna pode ser um dos sintomas da canelite. O que é recomendo é tentar realizar caminhadas mais curtas, cerca de 3-5 vezes por semana, a fim de melhorar o condicionamento físico. Além disso, é importante atentar para o tipo de pisada e calçado, os quais também podem contribuir para esses incômodos. Caso as dores ainda persistam, é interessante procurar um médico e averiguar a causa exata dessas dores.
ExcluirMuito bom 👏🏻👏🏻
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