segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Métodos do Treinamento Cardiorrespiratório #2 - HIIT, SIT e RST



    Em "Métodos do Treinamento Cardiorrespiratório #1", vimos as principais características do treinamento cardiorrespiratório, além do primeiro e mais clássico método: o treinamento contínuo. Embora seja um treinamento eficaz, existem outras formas de melhorar o desempenho físico e gerar adaptações positivas em aspectos relacionados à saúde, de forma mais dinâmica e em menor tempo. 

Leia a postagem até o fim e conheça as principais características e tipos do treinamento intervalado.


Treinamento Intervalado

    O treinamento intervalado geralmente consiste na realização de séries com esforços em alta intensidade, intercalados com esforços em intensidade leve-moderada. É uma prática popular entre atletas e não-atletas, permitindo realizar uma maior quantidade total de esforços em alta intensidade, o que não seria possível no treinamento contínuo. 

    Tal tipo de treinamento pode ser adaptado de acordo com a necessidade e condicionamento físico do indivíduo, podendo ser voltado para melhorar velocidade, potência e resistência anaeróbia, assim como potência e resistência aeróbia. Seus principais tipos são: HIIT, SIT e RST.


HIIT

    No mais clássico modelo  de treinamento intervalado, o high-intensity interval training (treinamento intervalado de alta intensidade, ou apenas "HIIT"), preza-se a eficiência do treinamento em comparação com a duração da sessão, podendo gerar semelhantes benefícios ao treinamento contínuo, com metade do tempo. 

    Nesse método de treinamento, os esforços não são realizados de modo explosivo, porém aplica-se uma intensidade relativamente alta, intercalado com descanso ativo (no próprio equipamento/modo de treino) com intensidade consideravelmente menor.

    De forma semelhante ao contínuo, é interessante iniciar o treinamento realizando um aquecimento (cerca de 5 a 10min) em um ritmo leve a moderado, encerrando-se a sessão com uma volta à calma de modo similar, iniciando com intensidade moderada e gradualmente a diminuindo.

    A configuração do treino principal irá depender de indivíduo para indivíduo, geralmente consistindo de 4 a 10 séries com 30s a 4min de esforço em alta intensidade, e uma duração total por volta de 12 a 20min. A duração do esforço também irá depender diretamente da condição física do indivíduo, podendo iniciar numa proporção de 1:2 (tempo de descanso sendo o dobro do tempo de estímulo), aumentando para 1:1 (descanso igual ao estímulo) e 2:1 (descanso sendo a metade do tempo de estímulo) ao longo do programa de treinamento.

    Eficácia científica

    Em termos de desempenho físico, o HIIT mostrou ser eficaz em diferentes públicos, como no estudo de Sperlich et al. (2011), realizado em crianças e adolescentes praticantes de futebol, evidenciando uma melhora no tempo de sprint. Nesse estudo o protocolo do HIIT foi muito variado, indo de 8 séries de 1min (descanso 1:1) até 4 séries de 4min, com 3min de descanso.

    Por sua vez, Chéilleachair, Harrison & Warrington (2016) observaram uma superioridade do HIIT ao melhorar tempo de 2 mil metros, VO2máx e potência no limiar anaeróbio, comparado ao contínuo, em remadores bem treinados.

    Quando nos referimos a aspectos relacionados à saúde, o HIIT mostrou ser benéfico os sistemas cardiovascular e respiratório, além de ser ser tão efetivo para o emagrecimento quanto o contínuo, com menor duração da sessão. As meta análises de Wilson et al (2019) e Su et al. (2019) suportam o argumento citado acima, ao evidenciarem aumento na capacidade aeróbia, funções cardíacas, VO2 e colesterol total em indivíduos diabéticos e obesos, respectivamente.

Recomendações

    Apesar do HIIT demonstrar ser um método eficaz e seguro para melhorar aspectos relacionados ao desempenho e saúde, tanto em indivíduos livres de doença, quanto diabéticos, obesos e outras doenças crônicas, algumas questões merecem ser pontuadas.

    Primeiramente, devemos refletir se nosso local de trabalho oferece a mesma estrutura, em termos de instrumentos e equipe média acessível, que fora utilizada nos estudos, especialmente em pessoas com problemas cardiovasculares.

    Outro ponto que devemos atentar é quanto à escolha dos exercícios, pois alguns apresentam maior impacto nas articulações do que outros. Por exemplo, o trote/corrida não é algo interessante para indivíduos obesos ou com sobrepeso, uma vez que acarreta alto impacto em suas articulações, tanto pelo exercício, quanto por sua massa corporal elevada. Ainda, quando for o caso, atentar para a especificidade da modalidade escolhida, realizando algo condizente com o objetivo do aluno/atleta.


SIT

    Assim como o HIIT, o Sprint Interval Training (SIT) é caracterizado pela realização de esforços com elevada intensidade, intercalados com esforços de intensidade leve-moderada. No SIT, contudo, os esforços em alta intensidade são realizadas de forma explosiva (máxima velocidade possível), com duração de até 30 segundos.

    No SIT, a eficiência do treinamento em relação à duração da sessão também é elevada, podendo atingir intensidades ainda mais altas que no HIIT, com volume e duração menores.

    Assim como os demais métodos, é fundamental iniciar o treinamento realizando um aquecimento (cerca de 5 a 10min) em um ritmo leve a moderado, encerrando-se a sessão com uma volta à calma de modo similar, iniciando com intensidade moderada e gradualmente a diminuindo.    

Eficácia científica

    O SIT  é um método bastante promissor, que vem ganhando atenção do meio científico nos últimos anos. Em termos de desempenho físico, estudos de 2018, realizados por Sokmen et al. e Koral et al., evidenciaram aumento no VO2Máx, velocidade, potência (máxima, pico e média) e resistência anaeróbia, com menor duração de sessão que o contínuo. Ainda, o SIT foi o único protocolo a aumentar a força na extensão e flexão de pernas. 

    Embora os estudos acima tenham sido realizados com homens e mulheres saudáveis e treinados, alguns estudos mostram também o benefício do SIT em população sedentária e/ou com doenças crônicas. Por exemplo, o estudo de  Banitalebi et al. (2018) foi realizado com mulheres diabéticas (cerca de 55 anos de idade), evidenciando melhora na capacidade aeróbia e glicose de jejum, sendo um potencial combatente contra a diabetes. 

    Por sua vez, Minghetti et al. (2018) também evidenciaram melhora em questões psicológicas ao aplicar o SIT, sendo efetivo para reduzir sintomas depressivos em indivíduos com depressão maior. Nesse estudo, além do SIT apresentar menor duração da sessão de treinamento, também apresentou menor percepção de esforço, comparado ao contínuo.

Recomendações

    Assim como o HIIT, alguns cuidados devem ser tomados ao realizar o SIT. De modo semelhante, devemos analisar a estrutura do local ao qual o treinamento será realizado, além da modalidade de exercícios escolhida, uma vez que a intensidade do SIT é ainda maior que no HIIT.

    Tendo isso em mente, indivíduos que estão iniciando um programa de treinamento e/ou possuem algum tipo de doença cardiovascular podem ter algumas dificuldade em realizar esse método, sendo mais adequado o contínuo ou HIIT, de acordo com cada situação. 

    Ainda, indivíduos com obesidade, sobrepeso ou algum incômodo nas articulações de membros inferiores devem evitar esse método, especialmente se pretendido realizar na forma de corrida, sendo mais indicado iniciar com outros métodos e aos poucos ir adaptando-se e mesclando os métodos de treinamento.


RST

    O Repeated Sprint Training (RST) assemelha-se ao SIT, ao serem realizados esforços máximos de curta duração. Contudo, no RST, tais esforços são ainda mais curtos (geralmente < 10s) e na maioria das vezes realizando o sprint na forma de corrida e adotando recuperação passiva (sem realizar qualquer exercício físico), com razão entre esforço e descanso de 1:3 (ex.: sprint de 10s com 30s de descanso) à 1:6 (ex.: sprint de 10s com 60s de descanso).

    Esse método é bastante utilizado para melhorar a capacidade anaeróbia, principalmente em atletas de esportes intermitentes (ex.: futebol, tênis, basquete), onde é fundamental a realização de muitos sprints sem grande diminuição em seu desempenho. Porém, outros benefícios em termos de desempenho físico podem ser obtidos ao realizar o RST, como aumento na velocidade, força de membros inferiores e potência anaeróbia.

    Assim como os demais, é importante realizar atividades de aquecimento e volta à calma no início e fim da sessão, respectivamente. Em relação a configuração do treinamento, irá depender de acordo com o condicionamento atual do indivíduo, com os esforços podendo ser prescritos tanto pelo tempo, quanto distância a ser percorrida. Geralmente os protocolos envolvem de 2 a 4 séries com 1 a 7 repetições (sprints), variando entre 10 a 40m, com descanso de 20 a 120s entre repetições e 2 a 10min entre séries.

Eficácia científica

    O RST apresenta interessantes resultados em termos de desempenho físico, como abordado na meta análise de Taylor et al. (2015), onde o RST ocasionou melhora nos testes de salto com contra-movimentos, sprint (10, 20 e 30m), sprints repetidos e Yo-Yo test, sugerindo que este método de treinamento é eficaz para melhorar potência de membros inferiores, velocidade e resistência (aeróbia e anaeróbia).

    Além disso, outros benefícios foram relatados por Fernandez-Fernandez et al. (2012), ao identificarem aumento na aptidão cardioreespiratória após realizar o RST, com menor duração da sessão que no HIIT.

Recomendações

    Embora o RST seja um método promissor, obtendo melhoras no desempenho físico em uma duração de sessão muito curta, devemos ter alguns cuidados quanto à sua aplicação. Resumidamente, todos os cuidados citados ao aplicar o SIT também dever ser tomados com o RST.

    Além disso, quando nos referimos à atletas, ou indivíduos que almejem melhorar o desempenho em um teste/prova específico, o local do treinamento deve ser similar ao do teste. Nesse sentido, embora a maioria dos estudos apliquem o RST na corrida, o mesmo também pode ser aplicado em outras modalidades, como no ciclismo.


Referências

Fleck, S. J., & Kraemer, W. J. (2017). Fundamentos do treinamento de força muscular. 4th edição, Artmed Editora.

Heyward,V. H., & Gibson, A. L. (2014). Advanced Fitness Assessment and Exercise Prescription. 7th edition, Human Kinetics.

Sperlich, B., De Marées, M., Koehler, K., Linville, J., Holmberg, H. C., & Mester, J. (2011). Effects of 5 weeks of high-intensity interval training vs. volume training in 14-year-old soccer players. The Journal of Strength & Conditioning Research, 25(5), 1271-1278.

Ní Chéilleachair, N. J., Harrison, A. J., & Warrington, G. D. (2017). HIIT enhances endurance performance and aerobic characteristics more than high-volume training in trained rowers. Journal of Sports Sciences, 35(11), 1052-1058.

Wilson, G. A., Wilkins, G. T., Cotter, J. D., Lamberts, R. R., Lal, S., & Baldi, J. C. (2019). HIIT improves left ventricular exercise response in adults with type 2 diabetes. Medicine & Science in Sports & Exercise, 51(6), 1099-1105.

Su, L., Fu, J., Sun, S., Zhao, G., Cheng, W., Dou, C., & Quan, M. (2019). Effects of HIIT and MICT on cardiovascular risk factors in adults with overweight and/or obesity: A meta-analysis. PLoS One, 14(1), e0210644.

Sökmen, B., Witchey, R. L., Adams, G. M., & Beam, W. C. (2018). Effects of sprint interval training with active recovery vs. endurance training on aerobic and anaerobic power, muscular strength, and sprint ability. The Journal of Strength & Conditioning Research, 32(3), 624-631.

Koral, J., Oranchuk, D. J., Herrera, R., & Millet, G. Y. (2018). Six sessions of sprint interval training improves running performance in trained athletes. Journal of strength and conditioning research, 32(3), 617.

Banitalebi, E., Kazemi, A., Faramarzi, M., Nasiri, S., & Haghighi, M. M. (2019). Effects of sprint interval or combined aerobic and resistance training on myokines in overweight women with type 2 diabetes: A randomized controlled trial. Life sciences, 217, 101-109.

Minghetti, A., Faude, O., Hanssen, H., Zahner, L., Gerber, M., & Donath, L. (2018). Sprint interval training (SIT) substantially reduces depressive symptoms in major depressive disorder (MDD): a randomized controlled trial. Psychiatry research, 265, 292-297.

Taylor, J., Macpherson, T., Spears, I., & Weston, M. (2015). The effects of repeated-sprint training on field-based fitness measures: a meta-analysis of controlled and non-controlled trials. Sports Medicine, 45(6), 881-891.

Fernandez-Fernandez, J., Zimek, R., Wiewelhove, T., & Ferrauti, A. (2012). High-intensity interval training vs. repeated-sprint training in tennis. The Journal of Strength & Conditioning Research, 26(1), 53-62.

terça-feira, 24 de novembro de 2020

Métodos do Treinamento Cardiorrespiratório #1 - Conceitos básicos e treinamento contínuo

 



    Ao iniciar um programa de treinamento físico, muitas pessoas optam pela caminhada, seja por recomendação médica, de um profissional da Educação Física, ou por ser algo prático e acessível. Além de gerar uma sensação de prazer e liberdade, a caminhada, assim como modalidades similares, tais como a corrida, ciclismo e natação são conhecidas por gerarem inúmeros benefícios para os sistemas cardiovascular e respiratório, além de melhorar o desempenho físico.

    Tais modalidades são englobadas no que chamamos de "treinamento cardiorrespiratório".  Caso você não conheça, ou quer saber um pouco mais sobre as características desse tipo de treinamento, quais seus tipos, modalidades e como realizá-lo de forma eficiente, leia esta postagem até o fim e fique de olho nessa série.

O que é

    Treinamento cardiorrespiratório é um modo de treinamento que engloba exercícios envolvendo grande quantidade de grupos musculares, realizados em intensidade moderada a alta, por um período prolongado de tempo (contínuo), ou de forma intervalada, com esforços em alta intensidade intercalados com períodos em intensidade mais baixa.

Benefícios do Treinamento Cardiorrespiratório

    O treinamento cardiorrespiratório pode gerar diversos benefícios, quer em aspectos relacionados à saúde, quanto desempenho físico. Alguns de seus benefícios podem ser agrupados da seguinte forma:

  • Cardiorrespiratório
    • Aumenta
      • Tamanho e volume cardíaco; volume sanguíneo e hemoglobinas totais; volume sistólico no repouso e exercício; duplo produto; VO2Máx; volume pulmonar.
    • Diminui
      • frequência cardíaca no repouso e exercício submáximo;
    • Regula
      • Pressão Sanguínea
  • Musculoesquelético
    • Aumenta
      • número e tamanho das mitocôndrias; armazenamento de triglicerídeos e mioglobina; fosforilação oxidativa.
  • Outros
    • Aumenta
      • força dos tecidos conectivos; HDL (colesterol "bom"); humor; função cognitiva.
    • Diminui
      • gordura corporal; LDL (colesterol "ruim"); depressão; incidência de Alzheimer.

Tipos

    Em relação ao tipo de exercício aeróbio escolhido para o treinamento, devemos atentar para 2 questões principais: nível de condicionamento e objetivos do indivíduo. Apesar da caminhada/corrida ser uma prática bastante popular e de baixo (ou nenhum) custo financeiro, ela gera um certo grau de impacto nas articulações (em especial, pés e joelhos), não sendo a melhor escolha de início para alguns indivíduos (ex.: obesos ou com sobrepeso).

    Fleck e Kraemer (2014) realizaram a seguinte divisão de alguns exercícios aeróbios de acordo com suas características:
    
  • Tipo A
    • Ciclismo (indoor), caminhada, aeróbios aquáticos e dança (ritmo lento)
  • Tipo B
    • Trote e corrida, simuladores (remada, escada, escalada, esqui e elíptico), bicicleta Spinning e dança (ritmo rápido)
  • Tipo C
    • Dança aeróbia, step, patins, esqui e natação
  • Tipo D
    • Basquete, handebol, esportes de raquete, trekking e natação
    De acordo com os autores, as atividades do Tipo A exigem menos habilidade técnica e condicionamento físico, sendo interessantes para iniciantes, ou impossibilitados de realizar esforços mais intensos. Já as atividades do Tipo B exigem pouca habilidade técnica, porém maior nível de condicionamento físico, sendo mais interessantes para indivíduos um pouco mais experientes. 

    Por sua vez, as atividades do Tipo C exigem maior nível de habilidade motora e condicionamento físico, podendo ser inseridas em indivíduos que já treinem há alguns meses. Por fim, as atividades do Tipo D contemplam esportes recreacionais, exigindo um misto de habilidade motora, condicionamento físico e gosto/interesse pela modalidade.

    Vale lembrar que não é a atividade em si que irá determinar se ela é aeróbia, mas sim sua intensidade e duração. Além disso, por mais que os autores realizem tal divisão didática, todas as atividades podem ser adaptadas para melhor atender o público ao qual será aplicada.

Treinamento Contínuo

    Bastante comum para melhorar aspectos relacionados à saúde, desempenho, ou como aquecimento geral, o treinamento contínuo consiste numa atividade aeróbia (ex.: caminhar e pedalar) com velocidade constante, geralmente de intensidade moderada e média a longa duração.

    É interessante iniciar a sessão de treinamento com um aquecimento, a qual pode envolver esforços como caminhada, pedalar ou calistênicos, com duração entre 5 a 10min e leve intensidade, a qual pode ser aumentada até os níveis do treino principal. Essa segunda fase irá depender do nível de treinamento do indivíduo, respeitando os princípios básicos do treinamento e do objetivo proposto para aquela sessão em específico, podendo variar de 10 a 60min. Por fim, encerra-se a sessão com uma atividade de volta à calma, a qual pode ser o processo inverso do aquecimento.

    Embora o treinamento irá depender de indivíduo para indivíduo, o Colégio Americano de Medicina Esportiva (2014) aborda algumas orientações para gerar adaptações em aspectos relacionados à saúde ou desempenho, tais como: 

  • Frequência
    • Intensidade moderada: 5 dias por semana
    • Intensidade alta/vigorosa: 3 dias por semana
    • Combinado (moderada + alta): 3 - 5 dias por semana
  •  Intensidade
    • Moderada: 3 - 6 METs ou 40 - 60% do VO2 de reserva ou FC de reserva
    • Alta: acima de 6 METs ou 60% do VO2 de reserva ou FC de reserva
  • Duração
    • 30 - 60min de moderada intensidade ( ≥ 150min por semana)
    • 20 - 60min de alta intensidade ( ≥ 75min por semana)

Referências

Fleck, S. J., & Kraemer, W. J. (2017). Fundamentos do treinamento de força muscular. 4th edição, Artmed Editora.

Heyward,V. H., & Gibson, A. L. (2014). Advanced Fitness Assessment and Exercise Prescription. 7th edition, Human Kinetics.








terça-feira, 17 de novembro de 2020

Princípios do Treinamento Físico


 

    Por diferentes motivos, as pessoas buscam a prática de exercícios físicos, principalmente para melhora estética ou de saúde. Em muitos casos, contudo, tal prática é realizada por conta própria, o que pode levar a muitas dúvidas sobre o que fazer, além de estar mais susceptível à lesões. 

    Além disso, um sentimento de frustração é comum quando pouco ou nenhum resultado é observado dessa prática. Assim, para uma prática segura e efetiva, é fundamental a supervisão de um profissional de Educação Física. Hoje irei abordar alguns princípios básicos do treinamento físico que todo profissional deve ter em mente ao estruturar um programa de treinamento físico. 

    Para iniciarmos, veremos alguns conceitos básicos.


Atividade Física

    Todo movimento corporal que eleva o gasto energético acima do nível de repouso. Geralmente são esforços físicos que não tem como objetivo a melhora de capacidades físicas, como varrer a casa, lavar roupa ou subir uma escada.


Exercício Físico

    Movimentos corporais planejados, estruturados e que tem como objetivo a melhora em aspectos relacionados à capacidades físicas. Alguns exemplos de exercícios físicos são o treinamento de força, natação e ciclismo. Vale lembrar que não é o tipo de esforço que irá determinar se é atividade ou exercício físico, mas sim sua função e finalidade. Por exemplo, um indivíduo pode subir escada como forma de melhorar seu condicionamento físico, sendo isso caracterizado como exercício físico.


Treinamento Físico

    Por sua vez, o treinamento físico é um conjunto de sessões de exercícios físicos, estruturados e periodizados, com objetivos e metas bem definidos.


Princípios do Treinamento Físico

    Como é bem conhecido, cada pessoa é diferente da outra e, do ponto de vista biológico, única. Sendo assim, cada indivíduo irá reagir diferentemente ao treinamento, além de que cada um possui seus próprios objetivos e metas. Dessa forma, conhecer e respeitar os princípios do treinamento físico é essencial para uma prática saudável, consciente e efetiva de um programa de treinamento físico. Abaixo iremos conhecer quais são esses princípios.


Individualidade Biológica

    Ao realizar o mesmo treinamento em diferentes pessoas, as repostas de cada uma provavelmente será diferente. Isso ocorre devido à diferenças biológicas entre cada indivíduo. Dessa forma, não se pode aplicar o mesmo treinamento para qualquer público, mas considerar tais diferenças, além de alinhar de acordo com os gostos, objetivos e necessidades de cada participante, além de conhecer qual nível de aptidão física atual. 


Adaptabilidade

   A cada estímulo (exercício físico) que nosso corpo recebe, ele tende à gerar respostas e adaptar-se a essa nova situação, assim aumentando nossa força, massa muscular, resistência, etc. Contudo, antes de gerar notórios aumentos de massa muscular, uma das primeiras adaptações que ocorrem em nosso corpo são neurais, otimizando o recrutamento de fibras musculares no exercício. Além disso, diversas outras adaptações ocorrem em nosso organismo, a fim de nos preparar para os exercícios realizados, o que torna o período inicial crucial em um programa de treinamento, devendo ser cuidadosamente manipulado.


Sobrecarga

    Para garantir uma constante adaptação e evolução no treinamento, deve-se gerar sobrecargas progressivas, as quais devem compor sutis e frequentes aumentos. Caso contrário, ao elevar a sobrecarga abruptamente, pode-se gerar um alto desgaste físico e até favorecer a incidência de lesões. Por sua vez, quando citamos a "sobrecarga", vai além do peso ao ser levantado nas academias, ou a velocidade de um sprint. A sobrecarga é um conjunto de fatores, que incluem principalmente a frequência, intensidade e duração da sessão de treinamento.


Síndrome da Adaptação Geral

    Quando mencionamos a adaptação e sobrecarga do treinamento, é interessante entender a Síndrome da Adaptação Geral (SAG), as quais são um conjunto de estímulos que ocorrem em nosso organismo podendo gerar adaptações ou danos (quando o descanso não é adequado).

    A SAG possui 3 fases: alarme, resistência/adaptação e exaustão.

    1) Alarme: ocorre logo após o estímulo (exercício físico), caracterizada pela sensação de cansaço, desconforto, podendo gerar reações como diminuição da pressão sanguínea e sistema imune.

    2) Adaptação: geração de reações em nosso organismo para adaptar-se ao estímulo aplicado e fortalecer nosso corpo. Essa fase corresponde às horas seguintes ao exercício físico e compreende o período de recuperação, sendo crucial no programa de treinamento, pois pode gerar uma supercompensação (aumento das capacidades físicas) caso o descanso seja adequado ou danos (quando o novo estímulo ocorre muito cedo). Ainda, quando o novo estímulo demora muito a ocorrer (ex.: 1 vez a cada semana), é provável que os benefícios da supercompensação já tenham se dissipado e o indivíduo voltado aos níveis pré-exercício.

    3) Exaustão: essa fase não ocorre em todos os indivíduos, sendo caracterizada pela reaparição de alguns sintomas da fase de alarme. Nessa fase, um quadro de constante estresse físico e mental ocorre, podendo estar associado à fatores como insuficiente descanso aplicado e estresse mental. Como algumas de suas consequências, está a susceptibilidade ao desenvolvimento de doenças, constante desgaste físico e mental e possível desenvolvimento de síndromes como burnout e overtraining.


Interdependência Volume-intensidade

    Visa uma relação entre o volume e intensidade de treinamento, a fim de garantir que ocorram benefícios em determinadas capacidades físicas. Como exemplo, poderíamos realizar um treinamento de baixo volume e baixa intensidade, porém seria algo ineficiente para melhorar o desempenho, sendo mais viável para uma sessão de recuperação ou reabilitação. Por outro lado, é fisiologicamente impossível realizar um grande volume de treinamento em elevada intensidade.


Continuidade

    Para garantir a constante evolução em um treinamento físico, é importante que haja uma continuidade em suas sessões de treinamento, evitando longas pausas. Esse princípio está totalmente associado ao da sobrecarga e visa a progressão das capacidades físicas.


Reversibilidade

    De modo oposto à continuidade, quando ocorre uma pausa em um programa de treinamento, a maior parte das adaptações geradas pelo treinamento tendem a ser perdidas, umas mais rápidas, outras de forma mais demorada, em um processo que denominamos "destreinamento".


Especificidade

    Esse princípio visa realizar exercícios específicos aos objetivos do praticante, a fim de gerar adaptações fisiológicas e psicológicas. Por exemplo, caso o foco seja realizar trilhas com uma bicicleta, é interessante realizar um treinamento na própria bicicleta. Contudo, isso não significa que outras modalidades não possam ser realizadas para complementar o treinamento, mas sim que o treino principal deve ser o mais específico possível.

Além disso, sempre que possível, as sessões de treinamento devem ocorrer no mesmo horário da competição (ou atividade) alvo, o que pode otimizar o desempenho, além de gerar adaptações climáticas no praticante (ex.: temperatura, humidade e luminosidade).


Referências

Cisternas, N. S. (2019). ACSM guidelines for exercise testing and prescription. 10th.

Tubino, M. J. G., & Moreira, S. B. (2003). Metodologia cientifica do treinamento desportivo. 13a edição. Rio de Janeiro, Shape

McArdle, W. D., Katch, F. I., & Katch, V. L. (2016). Fisiologia do exercício: nutrição, energia e desempenho humano. 8ª ed. Rio Janeiro: Guanabara Koogan.


terça-feira, 10 de novembro de 2020

Mitos da Educação Física #3 - Treinamento de Força faz mal para crianças e adolescentes?


 

    Nas últimas décadas, a obesidade tornou-se um dos grandes males a serem combatidos, estando relacionada à diversos problemas de saúde. De acordo com o Vigitel (2018), houve um aumento de 67,8% nos índices de obesidade no Brasil entre os anos de 2006 e 2018. Em crianças (5 - 9 anos), estima-se que a obesidade atinja 12,9% dessa população, enquanto em adolescentes (12 - 17 anos), 7%.

    A fim de combater a obesidade e o sobrepeso, o exercício físico é uma das opções mais eficazes, além de trazer benefícios adicionais, como melhora cardiovascular e respiratória, força, potência e em aspectos psicológicos. Em especial, o treinamento de força é uma prática bastante popular no Brasil, em muitos casos sendo a 1ª escolha ao iniciar um programa de treinamento físico.

    Por outro lado, o treinamento de força em crianças e adolescentes ainda é visto como um tabu. Acredita-se que tal treinamento seja contraindicado nesse público, podendo prejudicar o crescimento e desenvolvimento ósseo, além de provocar inúmeras lesões.

    Neste post, veremos algumas das características do treinamento de força para crianças e adolescentes, bem como debater sua eficácia e segurança.

   

Infância e Adolescência

    Em termos cronológicos, a infância é um período que vai desde o nascimento até os 11 anos (meninas) ou 13 anos (meninos), enquanto a adolescência varia dos 12 - 18 anos em meninas e dos 14 - 18 anos em meninos. Vale lembrar que essa divisão é baseada apenas na idade cronológica (em anos), podendo ter diferença em termos maturacionais de indivíduo para indivíduo.


Maturação Biológica

    A maturação diz respeito à processos físicos (biológicos) que levam uma criança a atingir uma estado biologicamente maduro, abrangendo diferentes sistemas (como a maturação sexual, muscular e óssea). 

    Embora a maturação ocorra em momentos diferentes de indivíduo para indivíduo, ela se inicia por volta dos 11 anos, em meninas, e 13 anos, em meninos, marcando o fim da infância e início da adolescência.

 

Evidências científicas

    De acordo com a Associação Nacional de Força e Condicionamento (2009), a chance de uma criança lesionar-se ao realizar o treinamento de força é menor que 1%, sendo menor do que em esportes, tais como basquete e futebol. Ainda, de acordo com Meyer et al. (2009), a maioria das lesões (77%) em crianças de 8 - 13 anos ocorrem nos pés ou mãos, ao "largar" ou derrubar o peso no chão.

    Em uma revisão sistemática, Lesinski, Prieske & Granacher (2016) evidenciaram que o treinamento de força foi efetivo para aumentar a força, potência anaeróbia, velocidade e desempenho em tarefas específicas de esportes, em jovens de 6 - 18 anos. Tais achados reforçam as orientações de Lloyd et al. (2014) que propuseram consenso internacional sobre o treinamento de força em crianças e adolescentes, indicando seus benefícios em variáveis relacionadas à saúde, prevenção de lesões, psicológicas e desempenho físico.


Resumindo...

    Dessa forma, abaixo está uma pequena lista sobre alguns dos benefícios e cuidados ao realizar o treinamento de força em crianças e adolescentes:


Benefícios

- Aumento da força, potência e resistência musculares;

- Diminuição do risco cardiovascular;

- Aumento do desempenho esportivo e recreacional;

- Aumenta densidade mineral óssea;

- Aumento da resistência contra lesões;

- Melhoras psicológicas (como sensação de bem-estar, humor e diminuição da ansiedade);

- Aumenta probabilidade de estilo de vida saudável ao longo da vida


Cuidados

- Respeitar os princípios do treinamento físico;

- Progressão de cargas (volume e quilagem) mais lenta que em adultos;

- Evitar cargas máximas;

- Atentar sobre altura dos equipamentos;

- Acompanhamento regular da maturação biológica (especialmente óssea);

- Supervisão de profissionais qualificados.


Referências

Fleck, S. J., & Kraemer, W. J. (2017). Fundamentos do treinamento de força muscular. 4th edição, Artmed Editora.

Faigenbaum, A. D., Kraemer, W. J., Blimkie, C. J., Jeffreys, I., Micheli, L. J., Nitka, M., & Rowland, T. W. (2009). Youth resistance training: updated position statement paper from the national strength and conditioning association. The Journal of Strength & Conditioning Research, 23, S60-S79.

Myer, G. D., Quatman, C. E., Khoury, J., Wall, E. J., & Hewett, T. E. (2009). Youth versus adult “weightlifting” injuries presenting to United States emergency rooms: accidental versus nonaccidental injury mechanisms. Journal of strength and conditioning research/National Strength & Conditioning Association, 23(7), 2054.

Lesinski, M., Prieske, O., & Granacher, U. (2016). Effects and dose–response relationships of resistance training on physical performance in youth athletes: a systematic review and meta-analysis. British journal of sports medicine, 50(13), 781-795.

Lloyd, R. S., Faigenbaum, A. D., Stone, M. H., Oliver, J. L., Jeffreys, I., Moody, J. A., ... & Herrington, L. (2014). Position statement on youth resistance training: the 2014 International Consensus. British journal of sports medicine, 48(7), 498-505.





terça-feira, 3 de novembro de 2020

Sistemas do Treinamento de Força #5 - FST-7, GVT e SST



   Na quarta edição de "Sistemas do Treinamento de Força", vimos as principais características dos sistemas cluster e rest-pause. Prosseguiremos na quinta edição com três sistemas que ganharam grande popularidade nos últimos anos: FST-7, GVT e SST.

    

Fascia Stretching Training-7 (FST-7)

    O FST-7 consiste na realização de 7 séries em um exercício mono articular, realizando em torno de 8-10 repetições. O descanso entre séries nesse sistema é curto, variando entre 30 e 40 segundos, além de realizar um alongamento estático na musculatura que está sendo trabalhada, por cerca de 20 à 25 segundos durante esse período. Com isso, ao utilizar o FST-7, pretende-se aumentar o estresse metabólico, o que pode favorecer ganhos de força e hipertrofia musculares.

Eficácia científica

    Os achados de Padilha (2017) vão de encontro ao que era esperando desse sistema, uma vez que o autor encontrou menor volume total de treino e maior fadiga ao realizar o FST-7, além de não apresentar diferenças entre grupos para a atividade muscular, espessura muscular e lactato sanguíneo.

    Contudo, há a necessidade de mais estudos, preferencialmente investigando os efeitos do FST-7 a longo prazo.   

Sugestões para aplicação prática
   
    Dessa forma, a utilização do sistema FST-7 aparenta gerar um estresse muscular e nível de fadiga desnecessário, sem apresentar contundentes benefícios. Por outro lado, caso seja almejada uma variação na rotina diária de treinamento, esse sistema é mais indicado para sujeitos experientes em treinamento de força, que tenham como objetivo a hipertrofia muscular. Por fim, o descanso entre sessões deve ser bem aproveitado, uma vez que a prática de alongamento em conjunto com treinamento de força pode aumentar a dor muscular tardia, podendo prejudicar as sessões de treinamento subsequentes.

German Volume Training (GVT)

   O sistema GVT é caracterizado pela realização de um grande volume de treinamento, sendo originalmente realizadas 10 séries de 10 repetições, utilizando cargas moderadas. Com isso, esse sistema pretende desgastar grande quantidade de fibras musculares, em um músculo específico, fazendo com que outras fibras dessa musculatura tenham que auxiliar no movimento. Dessa forma, é possível atingir uma maior porção do músculo, ainda que esteja realizando o mesmo exercício. Embora esse sistema tenha ganho popularidade nos últimos anos, ele surgiu por volta de 1970.

Eficácia científica

   Em dois estudos de um grupo de pesquisadores da Universidade de Sidney, semelhantes resultados foram encontrados, indicando que os ganhos na massa corporal (total e magra) e espessura muscular ocorreu de forma similar entre os sistemas GVT e tradicional de semelhante volume total (Amirthalingam et al., 2017; Hackett et al., 2018). Ainda, esses pesquisadores encontraram que o ganho de força máxima foi maior no protocolo tradicional.
   
Sugestões para aplicação prática

       Considerando os resultados dos estudos citados, o GVT não é o sistema mais indicado quando se objetiva o aumento da força muscular, porém sendo efetivo para gerar ganhos hipertróficos. Por outro lado, pode ser um sistema de difícil aplicação em determinados exercícios, uma vez que demanda muito tempo da sessão em um único equipamento. Ainda, para compensar a grande exigência de tempo, sugere-se uma diminuição na quantidade de exercícios na sessão de treinamento, o que pode atrasar o ganho de força em outras regiões corporais (ou seja, caso alguma musculatura não tenha sido trabalhada numa sessão).
    Por outra lado, caso o objetivo seja apenas o de gerar ganhos hipertróficos em sujeitos treinados, adotando uma variação na rotina de treinamento, o GVT pode ser utilizado de forma eficaz.

Sarcoplasma Stimulating Training (SST)

    O SST é um sistema que visa gerar um alto tempo sob tensão, mesclando ações musculares e ocasionando um alto volume de treinamento. Ele possui duas principais abordagens, sendo elas:

  1) Semelhante ao dropsets, realização de 3 séries com carga alta (70-80% 1RM) até a falha concêntrica; após isso reduz-se 20% da carga e realiza uma nova série até a falha, utilizando 1s na fase concêntrica e 4s na fase excêntrica; uma nova redução de 20% ocorre, realizando séries até a falha, invertendo a duração de cada fase (4s concêntrica e 1s excêntrica); por fim, reduz 20% da carga e realiza uma ação isométrica máxima. O descanso entre as três séries iniciais e cada etapa subsequente é fixo, de 20 segundos.

    2) A segunda abordagem assemelha-se ao rest-pause, realizando 8 séries com carga em torno de 70-80% 1RM até a falha concêntrica. Contudo, nessa abordagem não há redução na carga, enquanto o descanso entre séries é variado, seguindo esta ordem: 45, 30, 15, 5, 5, 15, 30 e 45 segundos.

Eficácia científica

    Almeida et al. (2019) compararam as duas abordagens do SST e o sistema tradicional, em relação ao volume total de treinamento, espessura muscular e lactato sanguíneo. Eles verificaram que o volume total foi menor na segunda abordagem do SST (SST-2), sem diferenças entre o tradicional e a primeira abordagem do SST (SST-1). Em relação à espessura muscular, o SST-1 foi o sistema que obteve o maior aumento. Por fim, o lactado sanguíneo aumentou de forma similar entre os sistemas.
 
Sugestões para aplicação prática

    Ambas as abordagens aparentam ser interessantes ao gerar hipertrofia muscular, com destaque para o SST-1. Devido às suas características, esse sistema é mais indicado para pessoas experientes em treinamento de força, que tenham como objetivo a hipertrofia e/ou resistência musculares. Ainda, o SST é bastante dinâmico, podendo também ser utilizado para variar a rotina de treinamento e diminuir a monotonia.

    Por outro lado, esse sistema pode não ser o mais indicado quando o objetivo é a potência ou força máxima. Além disso, como demanda muito tempo no mesmo equipamento, ele pode não ser viável em todos os exercícios.



Referências

Padilha, U. C. (2017). Efeitos do Fascia Stretching Training-7 nas respostas neuromusculares e metabólicas em homens treinados.

Amirthalingam, T., Mavros, Y., Wilson, G. C., Clarke, J. L., Mitchell, L., & Hackett, D. A. (2017). Effects of a modified German volume training program on muscular hypertrophy and strength. The Journal of Strength & Conditioning Research, 31(11), 3109-3119.

Hackett, D. A., Amirthalingam, T., Mitchell, L., Mavros, Y., Wilson, G. C., & Halaki, M. (2018). Effects of a 12-week modified german volume training program on muscle strength and hypertrophy—a pilot study. Sports, 6(1), 7.

de Almeida, F. N., Lopes, C. R., Conceição, R. M. D., Oenning, L., Crisp, A. H., de Sousa, N. M. F., ... & Prestes, J. (2019). Acute effects of the new method sarcoplasma stimulating training versus traditional resistance training on total training volume, lactate and muscle thickness. Frontiers in physiology, 10, 579.