O exercício físico é conhecido por gerar adaptações fisiológicas que irão ocasionar em maior desempenho físico, alterações corporais, como aumento de massa muscular e redução de gordura corporal, além de eficiente na prevenção e tratamento não-medicamentoso para diversas doenças, como hipertensão e diabetes.
Tais benefícios são bastante relevantes ao objetivar aumento de desempenho em uma modalidade/prova específica, ou ao buscar um estilo de vida saudável. Contudo, algo que muito é negligenciado, porém é essencial em qualquer indivíduo é a saúde mental. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2017), cerca de 15% da população nas Américas sofrem com depressão, enquanto os índices de ansiedade nessa população chegam a 21%.
Práticas como atividades de lazer, socialização e exercício físico são algumas formas de melhorar a saúde mental das pessoas. Abaixo, abordarei alguns benefícios do exercício físico sobre fatores psicológicos.
Benefícios psicológicos e evidências científicas
Diversos estudos tem investigado a relação entre exercícios físicos e benefícios para saúde mental, seja no esporte, quanto em não atletas. No trabalho de revisão de Hosker, Elkins e Potter (2019), os autores abordam diversos benefícios psicológicos relacionados ao exercício físico. Os autores consideraram 3 principais domínios, os quais estão resumidamente listados abaixo.
Social-emocional
- Melhora as qualidades e habilidades relacionadas à auto percepção e a valorização que uma pessoa tem por si;
- Maior probabilidade de expressar auto confiança;
- Aumenta o engajamento para novas atividades e/ou situações.
Acadêmico
- Melhora o comportamento em aula e desempenho acadêmico, como maiores notas em provas e simulados;
- Estimula cognição, gerando benefícios como melhor aprendizagem, memória, atenção e velocidade de processamento (relacionado a analisar a situação e definir qual ação realizar).
Desordens psíquicas
- Efeito protetor contra sintomas depressivos e suicidas, como tristeza profunda, pensamentos e/ou tentativas suicidas;
- Melhora no quadro de TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade), como melhora em funções motoras, comportamentais, sociais e emocionais, assim como o exercício físico em crianças e adolescentes ameniza os sintomas de TDAH na fase adulta;
- Melhora aspectos relacionados à ansiedade, como menor isolamento social devido à ansiedade;
- Diminui desejo pelo consumo de drogas, como bebidas alcóolicas e cigarro.
- Modificação nas respostas oxidativas e inflamatórias;
- Promove a neurogênese, sinaptogênese, mielinização e angiogênese;
- Modulação de serotonina, dopamina, noradrenalina e endorfina;
- Regulação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal.
- Satisfação de necessidades psicológicas básicas;
- Domínio de um conjunto de habilidades;
- Promove a confiança por meio de conquistas;
- Superação de situações difíceis, além da tolerância ao estresse;
- Aumento na auto eficácia e auto conceito.
Por fim, é importante lembrar que, para a obtenção de tais benefícios, os princípios do treinamento físico devem ser respeitados, preferencialmente supervisionado por um profissional de Educação Física. Além disso, a junção do exercício físico, alimentação saudável e sono adequado são fundamentais para um estilo de vida saudável.
Referências
WHO. Depression and Other Common Mental Disordes: Global Health Estimates. World Health Organization ed. Geneva2017.
Hosker, D. K., Elkins, R. M., & Potter, M. P. (2019). Promoting mental health and wellness in youth through physical activity, nutrition, and sleep. Child and Adolescent Psychiatric Clinics, 28(2), 171-193.
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